segunda-feira, 4 de julho de 2011

O fio e o terreno

Tenho o mundo que idealizo
e tenho o mundo em que vivo
aquele em que sorrio
e aquele em que sobrevivo.

Por vezes tão sombrio e frio
por outras tão iluminado e ameno
quem diria que a terra seria o fio
que sutesta o meu outro terreno.

porque nesse fio tão denso
tenho o meu terreno livre
e é nele onde penso
naquilo em que já tive

Aquilo que gostaria de ter
Imagino-me como me sentiria
A alegria que teria
e o amor que me correspondia

No fio tenho o desgosto
e a incorrespondência
Onde vivo por viver
nesta mera existência

Vida sem sentido algum,
não tenho quem me dê uma direcção
nem quem me dê motivo nenhum
para tomar um novo rumo à minha canção

Ai... vontade quanta eu tenho
para que as coisas fossem reais
que caissem dos ceus
em folhas de jornais

que me embrulhassem e revestissem
me aconchegassem e acariciassem
o quanto eu preciso e penso
que esses dias um dia regressassem

Dias sim sempre,
e jamais dias não,
queria viver esta história
que tenho na imaginação

Um belo conto se tornaria
se não tivesse a realidade
porque cada vez que adormeço
consigo fugir da complexidade.