quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tenho medo! Posso dizer que tenho medo de tudo um pouco. Tudo me atormenta da sua certa maneira a minha alma. Ora os meus pensamentos, ora o que eu vejo, tudo me leva a várias conclusões e por vezes a nenhumas certezas.
A verdade é que as certezas são uma inconstante na minha vida.
Percorre-se sempre a longa estrada , mas com tantas placas que a maioria das vezes vejo-me a ser arrastada para uma delas sem ter certezas de nada. Que rumo tou eu a levar? Onde me vais deixar? Noutra encruzilhada??
Por vezes o medo não me deixa seguir em frente, mas obriga-me a cortar na próxima à direita, ou à esquerda.. por vezes tenho que voltar para trás porque era um beco sem saída.
Pelo caminho encontrei várias casas, várias pessoas, vários objetos.. Passei a ter posses , acabei por perder outras, mas na realidade nunca possui nada. apenas o osso e a carne que me revestem.
Conforme a abundância ou a escassez , vou inchando e desinchando, ou fico igual. Relativo. Tudo depende do que é que estamos a falar.
Muitas vezes bateram-me com a porta na cara, quando cansada já estava eu de lá estar sempre a bater. mas a persistência na maioria das vezes é uma qualidade, pelo menos para deixar a minha consciência tranquila. para poder dizer: "eu tentei!".
Esta estrada que eu pecorro deixa calo nos pés, porque não é de alcatrão, não! é de terra batida com pedras pontiagudas que têm tendência a picar. tem alturas que não é tão incerta, mas para variar é quase sempre incerta. há quem diga que melhores dias virão.. talvez uma estrada melhor eu possa vir a construir por mim própria, quando eu mesma já tiver os meus calcanhares duros e cansados deste rumo.
Tem dias que não vejo o sol, apenas olho a lua, tão nua e crua. Ela sim, revela-me a realidade através da escuridão que a noite tem. do frio que se passa por estar só eu , aquela hora, naquele lugar com ela, mais ninguém. do medo que eu sinto com os sons daquilo que eu não consigo ver.. mas além disso , ensina-me o silêncio e a paz. invisiveís, mas fazem-se sentir com semelhante profundidade, que me transportam para um estado de melancolia e impasse.