Que pensamento é este,
o pensamento de outrem,
que não fora nesta vida
mas na vida passada de alguém.
Acho que já cá vim,
e cá voltei a retornar.
Quem fui não sei
fez questão a memória apagar.
Mais próxima estarei de descobrir
ou mais longe de achar,
aquilo que com um trapo preto cobriu
A minha vida que tenho de relembrar.
Que outro tempo passou
senão aquele que gastei,
aquele que a memória me apagou,
e nunca mais me recordei.
Deu-me pistas,
talvez uns sinais,
mas todos eram
iguais ao demais.
A informação armazenou-se,
a monotonia não ajuda à prática,
a vida por panos escapou-se
de forma alguma sarcástica
A descoberta manteve-se à espera,
que a autonomia se movimenta-se,
para esta vida amarga e severa
tivesse algo para que se recordasse.
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